Considerações sobre o desastre na usina de fukushima e as usinas nucleares no cenário energético atual
Os recentes e tristes acontecimentos no Japão colocam novamente em foco a discussão sobre o uso da energia nuclear para a geração de energia elétrica. Essa alternativa vinha apresentando uma espécie de renascimento após um período de hibernação deflagrado pelo último grande desastre ocorrido na usina de Chernobil na Ucrânia há 25 anos. Mesmo considerando que ainda não há nenhuma alternativa de processamento do lixo nuclear gerado, o interesse pelas usinas nucleares voltou à tona como uma opção para a produção de eletricidade em países que não tem recursos naturais - hídricos e combustíveis fosseis, não querem depender da importação de carvão e gás natural e não tem uma política de desenvolvimento e apoio de energias renováveis, principalmente a energia eólica. Uma variável importante nessa equação é que além dos custos envolvidos, o uso de combustíveis fósseis, principalmente petróleo e gás natural, está associado a problemas geopolíticos devido a instabilidade das relações com os países exportadores detentores das maiores reservas; e a custos crescentes relacionados com diminuição das reservas e futura escassez. Outro fato importante que tem colaborado para a revitalização da energia nuclear é a sua relação com o grande problema ambiental que a humanidade está enfrentando atualmente, as mudanças climáticas devido ao processo de aquecimento global. O aquecimento global está sendo provocado por fatores antropogênicos, ocasionando a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e o conseqüente aumento da concentração desses gases na estratosfera. Existem vários gases de efeito estufa e seis deles são controlados pelo Protocolo de Kyoto: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), perfluorcarbonos (PCFs) e hidrofluorcarbonos (HFCs), hexafluoreto de enxofre (SF6). O maior responsável pelo aquecimento é o CO2 gerado