Cemit Rio Dos Pretos Novos
Em 1996, na Gamboa, bairro da região Central do Rio de Janeiro, foi descoberto por conta de uma obra residencial, restos de ossadas humanas, e posteriormente identificado como o então há muito tempo esquecido, Cemitério dos Pretos novos, que desde a sua extinção em 1830 por reclamação dos moradores, havia tido sua localização perdida, tendo como comprovação de sua existência os registros do Arquivo Geral da Cidade, e os relatos dos navegantes que por ali estiveram. Relatos e arquivos esses que comprovam mais de 6.000 sepultamentos de pretos novos, em sua maioria homens e mulheres e uma “pequena” parte de crianças.
Graças ao minucioso trabalho e dedicação dos estudiosos e arqueólogos foi possível comprovar os relatos dos navegantes, que haviam caracterizado o sepultamento em dos pretos novos como um sepultamento precário e sem controle, foram encontradas também, evidencias que comprovam a cremação de muitos deles, o que caracteriza o total desrespeito ao seu falecimento sem levar em consideração o que já passavam em vida, haja vista que todos os Negros eram Cristianizados e batizados contra sua vontade. Além disso, evidencias mostram que além de um cemitério sem algum controle ou organização, o ambiente era utilizado como depósito de lixo urbano da cidade, onde jazia os então escravos que mal chegaram a desembarcar no Brasil.
Entre outras coisas, os pesquisadores, encontraram artefatos de ferro, comprovando a capacidade dos africanos à metalurgia, além de marcas tribais encontradas na arcada dos restos mortais e miçangas que caracterizam as diversas origens dos escravos ali presentes.
Como toda Cultura Ancestral, é responsabilidade de cada cidadão Brasileiro preservar e manter vivos os resquícios dessa Herança cultural, que comprovam a presença desse povo que viveu, ou não, em prol da construção da nossa Cidade, agora chamada de “Maravilhosa”, mas marcada pelo sangue desses homens mulheres e crianças que sofreram nas mãos dos cruéis