Caso lindomar castilho
“Ele estava a quase dois metros dela quando disparou. Levantei do banco e atirei o violão no rosto do assassino... Somente mais tarde percebi que também estava ferido, com uma bala na barriga. Mesmo assim, acompanhei Eliana, que chegou morta no hospital.” A descrição é do violonista Carlos Roberto da Silva, parceiro musical da vítima, Eliana de Grammont, que tinha 26 anos, e primo do assassino, o músico Lindomar Castilho.
O crime aconteceu em 1981 no bar Belle Époque, em São Paulo. Lindomar alvejou a ex-mulher e cantora no peito. “Não há registro do que aconteceu em minha cabeça. Eu a amava com certeza total”, disse Lindomar a Gente, de Goiânia, onde mora atualmente. “Qualquer pessoa sob forte emoção é capaz de fazer o mesmo. Me desliguei da realidade por causa de uma violenta emoção.”
Eliana e Lindomar se casaram dois anos antes do crime. O cantor, como é dito no livro, era agressivo, ciumento, bebia sem moderação. Quando Eliana foi morta, fazia 20 dias que o desquite havia sido formalizado. Lindomar descobriu que a ex-mulher tinha um caso com seu primo Carlos e ainda o culpa: “Esse parente meu foi o causador de tudo, de desavenças, de problemas”. O cantor foi condenado a 12 anos e dois meses e cumpriu parte da pena em liberdade.
Hoje, aos 62 anos, ele conta o que aprendeu: “No momento de desespero não conte até dez. Conte até dez bilhões e, depois, vá até a praia contar grão por grão de