Caso Hans
A Psicoterapia Infantil é amplamente solicitada e conhecida nos dias atuais, e nela a criança encontra um espaço de escuta do seu sintoma, mas nem sempre isso ocorreu. Antes de Freud ter contato com uma criança, no caso, o Pequeno Hans, em 1909, os médicos, pouco se preocupavam com a fala da mesma. De acordo com Manonni, eles afastavam todos os dados advindos de observações e concentravam-se em teorias médicas que não consideravam o discurso do doente, no caso, a criança.
Com o tratamento do Pequeno Hans, Freud observou que a psicanálise infantil usar-se-ia dos mesmos meios que a do adulto, a fala do doente e a interpretação por parte do analista. Sendo esta última, usada para trazer ao consciente, conteúdos do inconsciente, para que o sujeito possa ter compreensão desses desejos que ele desconhece. Essa técnica auxiliou Hans a livrar-se da sua fobia de cavalos.
O brincar foi citado por Freud, em 1908, quando ele diz que a criança usa-se do jogo para colocar em ordem o seu mundo interior. Nesse contexto procura-se reproduzir na brincadeira uma situação que lhe é difícil, e a repetição o ajuda a assimilar o seu sofrimento.
Sobre essa constatação, Freud observou em 1920, no texto “Além do princípio do prazer”, uma criança de dezoito meses (o seu próprio neto), brincando com um carretel. O jogo consistia na repetição da criança lançando o carretel para frente e dizendo “oooo”, que segundo a mãe queria dizer fort (vá embora), e depois puxando o carretel e pronunciando “da” (aqui). Com essa brincadeira, Freud proferiu que o carretel estava representando a figura da mãe, que na vida real, ora desaparecia e o deixava angustiado e ora aparecia, mas que através do jogo ao qual criou, conseguiu encontrar segurança, pois tinha certeza da volta do carretel, visto que era ele quem o controlava e assim, percebia que a mãe ia embora, porém voltava sempre, como ocorria com o carretel, o que proporcionou a criança encontrar um sentido na brincadeira e elaborar a