caso de anna. o
Anna O. adoeceu aos 21 anos no ano de 1880. Era portadora de uma hereditariedade neuropática grave. Seus pais não tinham nenhum sinal de psicose, porem algumas ocorreram em seus parentes mais distantes. Até então, desde a época de seu crescimento, Anna não apresentou nenhum sinal de doença, sempre foi saudável. Era uma pessoa extremamente inteligente, possuía grandes dotes poéticos e imaginativos e a solidariedade era um de seus traços essenciais, pois mesmo durante sua doença foi capaz de cuidar de muitas pessoas pobres e enfermas. Seu estado de espirito sempre foi um tanto exagerado. Ora na alegria, ora na tristeza. Anna não tinha noção alguma de sexualidade, nunca beijou, ou se apaixonou por alguém. Levava uma vida monótona, e embelezava-se no que chamava de seu “teatro particular”, onde entregava-se a devaneios sistemáticos, imaginando-se em contos de fadas. E foram esses tais devaneios que influenciaram fortemente sua doença. Eles transformaram-se gradativamente em doença e ocorreu em fases separadas:
a) Incubação latente. Fase da doença completamente acessível, pois trouxe um interesse patológico para o caso
b) A doença manifesta. Psicose de natureza peculiar, com parafasia, estrabismo convergente, graves perturbações da visão, paralisias. E Redução gradual da contratura nas extremidades da mão direita
c) Período de sonambulismo persistente até dezembro de 1881.
d) Cessação gradual dos estados e sintomas patológicos até junho de 1882.
Em julho de 1880, o pai de Anna, a quem ela tinha um afeto enorme adoeceu de um abcesso peuripletico e morreu em abril de 1881. Anna juntou todas as suas forças para cuidar do pai doente, porem pouco a pouco sua saúde foi se deteriorando, entrou em um estado de debilidade, anemia e aversão que foi agravando-se cada vez mais. Consequentemente surgiu uma tosse (Tossis Nervosa) que foi o suficiente para não permitirem que continuasse a cuidar do pai doente. No início de dezembro,