Case administração
Campus Niterói
Curso: Administração
Disciplina: Tópicos Esppeciais em Administração III
Prof. Claudio Mendes
CASE 01: MST S/A
A empresa têxtil Matrics, localizada em Apucarana, no Paraná, há muito tempo não sabe o que é recessão. É lá que, a cada mês, são produzidos cinco mil bonés e duas mil camisetas para um cliente especial: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Estima-se que a receita mensal com a encomenda seja de R$ 25 mil, representando um faturamento de R$ 300 mil por ano. “Eles sempre nos pagaram em dia”, conta Patrícia Lima, responsável pelo atendimento ao MST. “Nunca atrasaram uma fatura.” Há oito anos, a Matrics fornece roupas, chapéus e bandeiras para os militantes do movimento. Nenhum cliente da empresa cresceu tanto em tão pouco tempo. E aquilo que, no início, despertava uma certa desconfiança nos donos da Matrics, hoje é o carro-chefe da produção.
Há dias em que todos os 45 funcionários dedicam-se exclusivamente ao MST. O gasto dos sem-terra com as camisetas e bonés – o mesmo que causou celeuma ao ser usado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva – revela um lado pouco conhecido de uma organização que vem chacoalhando o País. É a versão S/A do MST. Hoje, os sem-terra atuam como se formassem uma grande corporação empresarial, com todas as divisões internas: produção, vendas, logística, finanças, treinamento e marketing. E, como têm capacidade para promover ações relâmpago em diversos pontos do território nacional, muitas delas simultâneas, os sem-terra reúnem qualidades que faltam a muitas empresas: liderança, disciplina e determinação. Só na última semana, houve invasões coordenadas em Pernambuco, no Paraná e em Minas Gerais. “Temos de admitir que, como uma organização econômica, eles são muito competentes”, reconhece o adversário Luiz Hafers, conselheiro da Sociedade Rural Brasileira.
Na retórica, o MST S/A ainda é bastante duro e agressivo. Os líderes pregam a ocupação à força dos latifúndios,