Casamento grego
Dizer que o sucesso de uma produção pequena como "Casamento Grego" é surpreendente é falar mais do mesmo. Verdadeiramente surpreendente é o fato deste filme simples e sem grandes atrativos estar sendo considerado por muitos como uma das melhores comédias dos últimos anos, ou coisa que o valha.
Exagero, claro. "Casamento Grego", apesar de ser bonitinho e agradável de se ver, não é, e nem tem a pretensão, de ser uma comédia inesquecível. É divertido, despretensioso, capaz de provocar gargalhadas, mas cheio de lugares-comuns que transformam o filme num programa de uma hora e meia que não fica nem metade desse tempo na cabeça do espectador.
Também é exagero tachar o filme de moralista, chato, ou algo assim. "Casamento Grego" faz rir, e se essa continua sendo a principal meta de uma comédia, pode-se dizer que a produção a atinge com facilidade, mesmo que suas piadas não sejam lá muito inteligentes ou inovadoras.
A história é óbvia, redondinha, e acompanhada de todos os clichês possíveis. Toula Portokalos (Nia Vardalos) é a filha do meio de uma família grega numerosa. Aos 30 anos e solteira, ela é considerada "caso perdido" por sua mãe, por seu pai e por suas tias. Descontente com sua vida, ela resolve "virar a mesa" (gigantesco clichê): mesmo contra a vontade de seu pai machista, ela se matricula num curso de computação e dá um trato no visual. Depois, ainda consegue sair do restaurante da família, onde era garçonete, para trabalhar na agência de turismo de uma tia.
E é aí que ela conhece Ian Miller (John Corbett), um "não-grego" por quem Toula se apaixona. Os dois começam um namoro conturbado, já que a família dela não aceita que a balzaquiana namore um "estrangeiro", e resolvem casar. A notícia cai como uma bomba na família Portokalos, mas, mesmo assim, o casamento é levado para a frente.
O filme, então, é quase inteiramente baseado nos imprevistos que a notícia do casamento causam. As diferenças gritantes entre as família da noiva