Casamento entre seres do mesmo sexo
Formulação do problema:
Numa sociedade na qual, a homossexualidade encarada enquanto tabu desvanece gradualmente e numa realidade crescente face à adesão dos estados que optam, sem reservas e sem discriminação pelo acesso pleno de todos os cidadãos, independentemente da orientação sexual, ao casamento civil, é importante e pertinente questionar se o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo será moralmente aceitável.
Pertinência:
O facto de certos países terem já levantado esta questão e muitos deles (entre os quais a Noruega, a Suécia e os Países Baixos) terem aderido totalmente à consagração do casamento entre seres do mesmo sexo, aliado à controvérsia e atualidade do tema faz com que seja indispensável ponderar e discutir o dito assunto.
Apresentação das teses: Tendo em consideração, a questão na sua globalidade, existem duas posições distintas que poderão ser assumidas; uma que defende que o casamento entre seres do mesmo sexo é moralmente aceitável e outra que nega a primeira, ou seja, que defende que o dito casamento não é moralmente aceitável.
Argumentos e contra-argumentos: 1-Segundo os defensores da última tese enunciada, o casamento serve para constituir família algo que não acontece em relações nas quais os parceiros são do mesmo sexo, porém quem invoca tal argumento encontra-se preso a uma ideia de família ultrapassada, reduzindo-a apenas a famílias compostas por casais heterossexuais. Atualmente, família é vista como uma realidade rica e plural e se tal fosse tomado como certo, famílias monoparentais, por exemplo, seriam excluídas; daí que insistir em tal ideia é insistir num dogma sem demonstração. 2-Se por um lado, o casamento sempre foi uma realidade entre um homem e uma mulher, por outro porque é que tal realidade ter-se-á de manter inalterada? É certo que se trata de uma constatação de um fato histórico, no entanto, as sociedades evoluem, as discriminações são derrubadas e, para além disso é