É ilusão acreditar que a sociedade colonial era uma sociedade de gente bem alimentada, no sentido nutricional, pois nossos recursos naturais não eram bem aproveitados. A quantidade era grande, considerando que os escravos precisavam comer bastante para suportar o trabalho duro. Atribui a deficiência de nossa sociedade no aspecto intelectual e físico, não somente ao clima e a miscigenação, mas também a dieta da época. Faltava na mesa colônial legumes, carne fresca e leite, pois era comum a monocultura. Mas ao receber visitas dos padres, os senhores serviam-lhes os melhores alimentos e ofereciam-lhes os melhores leitos. Porém, o luxo era mórbido, excessivo em algumas coisas e deficientes em outras....“terra de alimentação incerta e vida difícil é o que foi o Brasil dos três séculos coloniais. Assombra da monocultura esterilizando tudo. Os grandes senhores sempre endividados. As saúvas, as enchentes, as secas dificultando ao grosso da população o suprimento de víveres”. Havia também a pobreza química do solo, que não prosperou o plantio do trigo. O cultivo da cana contribuía para que o solo não continuasse a ser fértil. Os senhores dos engenhos mandavam importar vinho, azeite, queijos, vinagre, tecidos finos, porém era um povo desprestigiado e comprometido na sua capacidade econômica pela deficiência de alimento. Não havia leite, o gado era magro, pois os pastos não eram fartos, os frutos eram colhidos ainda verdes para que não fosse consumido por pássaros e bichos. No planalto paulista houve a concentração das atividades agrícola e pastoril. Por isso foi um lugar que se desenvolveu com melhor equilíbrio. São Paulo se diferenciava das condições patológicas observadas no Rio. A alimentação em São Paulo era melhor, devido também a divisão de terras e melhor coordenação das atividades. O escravo parece ter sido o elemento melhor nutrido na sociedade patriarcal, não faltava milho, toucinho e feijão. Eles eram comprados por um alto preço e os senhores tinham como