Casa Grande & Senzala

Casa Grande & Senzala e A Questão da Habitação:
A importância da habitação em Casa-grande & senzala e em Sobrados e Mucambos é indicada pelos títulos assim como pelos conteúdos desses livros. Também em estudos posteriores, Freyre escreveu sobre as variações na edificação como sendo expressões de variações na cultura. Ordem e Progresso, por exemplo, inclui várias páginas sobre o chalé. Um estudo da década de 70 defendeu o trabalho do autor contra os críticos e tentou uma síntese das abordagens antropológica, histórica e sociológica da habitação de seus livros anteriores. Falta apenas que alguém atualize sua história social com estudos da história social da favela, do condomínio e talvez do shopping.
A questão habitacional no Brasil, no século XVI, se deu com a vinda dos portugueses. Portugal tinha uma atividade comercial marítima muito forte em seus portos, o que fez com que se estabelecesse um contato bastante amplo com vários povos. Devido a tal característica portenha portuguesa, o homem português tinha mais facilidade de se relacionar com povos deferentes. Além da chegada dos portugueses ao Brasil estar relacionada à interesses mercantilistas, a habitação é um dos pontos proeminentes na colonização brasileira. As obras de Gilberto Freyre, “Casa-grande e Senzala” e “Sobrados e Mucambos” relatam como a sociedade brasileira se consolidou a partir do século XVI.
Casa-grande e Senzala traz um panorama da sociedade formada no Brasil a partir da casa senhoril como uma metáfora. A sociedade brasileira era patriarcal, mestiça, escravista e agrária. A casa-grande era, regida pelo sistema patriarcal, complementada pela senzala. Com paredes de taipa ou de pedra, cobertura de telha-vã, alpendre na frente e nas laterais, a casa-grande abrigava desde escravos até os filhos do patriarca e suas respectivas famílias. As senzalas, as quais eram designadas como o lugar do escravo africano, eram galpões de construção muito simples e desconfortáveis. Construídas, geralmente, de