casa grande e senzala
PREFÁCIO:
O prefácio de “Casa Grande e Senzala”, já demonstra o pensamento inovador da obra ,pois se trata da década de 30. Gilberto Freyre não hierarquizou as raças e nem atribui os problemas existentes no Brasil como causados pelos negros e os índios, o que demonstra uma quebra de padrão. Assim, a partir deste momento as teorias baseadas na Raça vão perdendo espaço em favor de teorias culturais ou sociais.
Penso que, Gilberto Freyre, ao produzir a obra, analiza a sociedade brasileira com uma visão mais sociológica da história, e não racialista, como era a predominante da época. Ele trata a monocultura latifundiária escravagista como razão principal das características e dos problemas do país, ressaltando o senhor de engenho, o escravo que podemos comparar hoje pelos donos de fábricas e usinas e pelo proletariado. Isso faz de “Casa Grande e Senzala” uma obra atual que trata de assuntos do passado histórico do Brasil,que influenciou o país não apenas do ponto de vista político-econômico, mas no quadro de pensamento coletivo. No início do prefácio, Gilberto Freyre menciona Franz Boas, responsável por mudar sua visão sobre a antropologia. A partir daí, Gilberto percebe que não é a raça que define o modo de viver e pensar de diferentes grupos, mas sim o contexto sócio-econômico em que eles vivem. Na verdade, Gilberto entendeu que a origem dos problemas não estava relacionado à raça ser inferior, mas à cultura de latifúndios criada pelos brancos, deixando sociedade muito desigual. A Casa Grande e a Senzala formam um sistema econômico, social e político . Gilberto trata de todos esses assuntos descrevendo a arquitetura e a planta da Casa Grande. Pode-se dizer que era um sistema feudal vivido na colônia, mas