Casa-grande e senzala

Fernanda Cecília Alves Gonçalves de Campos - Resenha

Casa-Grande e Senzala

Casa Grande e Senzala é uma extensa obra escrita de forma detalhada, fundamentada na formação do Brasil colonial. Freyre narra à história da identidade nacional brasileira, através da conquista dos portugueses nos trópicos e sua ampla estabilidade de aclimatação e miscibilidade. Devido à influência africana, ao clima similar e seus antagonismos culturais (cultura dinâmica e cultura fatalista), os portugueses obtiveram grande êxito na formação colonial brasileira, diferente dos nórdicos que encontraram dificuldades de adaptação. O número populacional dos portugueses era inaudível, em consequência dessa deficiência de homem-capital, empenharam na mobilidade e miscibilidade através do contato sexual com as índias, formando uma nova geração de mestiços, dando início ao hibridismo cultural no Brasil. Apesar da estabilidade de adaptação, os portugueses encontraram dificuldades no clima tropical do Brasil, entre eles as enchentes, provocada pelas admiráveis massas de água, que em tempo de chuva transbordavam causando grandes prejuízos, as terras inférteis, secas intensas, “doenças tropicais”, déficit de alimentação, entre outros fatores que contribuíram para o desequilíbrio da economia e a redução da capacidade de trabalho, porém foi através desse esforço que tornou vitoriosa a colonização portuguesa. Na sombra das plantações de açúcar a verdadeira sociedade colonial se processa a partir de 1532, desenvolvendo-se de forma patriarcal (centralizada na figura masculina), escravocrata e aristocrata, caracterizada pelo domínio da família rural, cuja base principal foi à agricultura, provocando uma incompatibilidade com a igreja, sobre a ordem da Companhia de Jesus. A família de característica patriarcal manteve-se no controle de tudo, dos escravos, e de seus familiares, sendo assim, foi de extrema importância para a