CASA GRANDE SENZALA
GRANDE
&
SENZALA
1933
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“Vi uma vez, depois de mais de três anos maciços de ausência do Brasil, um bando de marinheiros nacionais
- mulatos e cafuzos - descendo não me lembro se do
São Paulo ou do Minas pela neve mole de Brooklyn.
Deram-me a impressão de caricaturas de homens. A miscigenação resultava naquilo. Faltou-me quem me dissesse então que não eram simplesmente mulatos ou cafuzos os indivíduos que eu julgava representarem o Brasil, mas cafuzos e mulatos doentes. Foi o estudo de Antropologia sob a orientação do
Professor Boas que primeiro me revelou o negro e o mulato no seu justo valor - separados dos traços de raça os efeitos do ambiente ou da experiência cultural.
Aprendi a considerar fundamental a diferença entre raça e cultura. Neste critério de diferenciação fundamental entre raça e cultura assenta todo o plano deste ensaio.”
► "Casa-Grande
& Senzala foi a resposta à seguinte indagação que eu fazia a mim próprio: o que é ser brasileiro? E a minha principal fonte de informação fui eu próprio, o que eu era como brasileiro, como eu respondia a certos estímulos." ►
Quer ver o Brasil a partir do Brasil.
CONTEXTO DO LIVRO
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Livro surgiu num contexto histórico dominado por intelectuais conservadores, principalmente entre
1937 e 1945, com o Estado Novo, que adotava a política de branqueamento idealizada por O. Vianna.
Inovações do livro
► Vê a cultura brasileira enriquecida pela integração
dos elementos indígenas, portugueses e africanos.
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Não pensa a mestiçagem em termos de “purificação”.
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Pensa a contribuição da cultura negra como elemento central à constituição da sociedade brasileira (admite e valoriza o papel do negro).
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Abriu mão de estatísticas, tabelas e fontes primárias
(usados por Oliveira Vianna como garantia de cientificidade). Capítulo 1:
“Características gerais da colonização portuguesa do
Brasil: formação de uma sociedade agrária, escravocrata e híbrida”
O PORTUGUÊS
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Portugal é um país marítimo. Recebia sempre