Carta de São Paulo aos Romanos
Introdução
A mais importante porção dos escritos apostólicos encontra-se, com toda a certeza, nas cartas do Apóstolo Paulo. As cartas apostólicas, como um todo, constituem-se num importantíssimo segmento do ensinamento neotestamentário, porque são um vasto celeiro de ensinamentos teológicos, doutrinários e morais. Marcam o momento em que a igreja sistematizou o conhecimento de Deus, até então expresso nos livros do Velho Testamento, e desenvolveu, inclusive a partir da nova ótica trazida por Jesus Cristo, uma nova compreensão da forma como deveria relacionar-se com o Pai. Surge, nesse período, de forma mais clara e didática, a doutrina da Trindade, os temas do amor de Deus, do chamado dos gentios, da salvação pela fé em Jesus Cristo, da ressurreição dos mortos, da vida eterna e tantos outros.
As cartas de Paulo, por seu turno, compreendem mais da metade de todo esse legado da igreja primitiva, e estão entre os mais importantes documentos que nos têm chegado às mãos.
Na sua grande maioria, tratam-se de escritos ocasionais, ou seja, nasceram da necessidade sentida pelo Apóstolo de intervir em alguma situação eclesiástica, onde não poderia fazê-lo pessoalmente. Ora, apresentava-se o caso de dirimir dúvidas doutrinárias, ora apaziguavam-se litígios, ora recomendavam-se ações, providências e posturas a discípulos, ou mesmo apresentava-se a compreensão que o Apóstolo tinha do plano salvífico de Deus, como forma de apresentação pessoal, anteriormente a uma visita.
Paulo não escrevia de seu próprio punho, conforme era costume dos escritores antigos. Antes, ditava-as a um amanuense de sua confiança. Ao final, apensava o Apóstolo, suas saudações finais, de punho próprio.
Dentre as cartas de Paulo, certamente, a Carta aos Romanos ocupa lugar de destaque. Alguém já a chamou de “evangelho dentro do evangelho”, dado à forma linear, sistemática, profunda e completa pela qual seu autor expõe sua compreensão do plano da salvação.
Autoria