Estudo de Romanos
A EPÍSTOLA DE PAULO AOS ROMANOS
Franklin Ferreira
A Epístola aos Romanos é a mais rica e abrangente declaração de Paulo sobre o evangelho. Esta carta é também a chave para o entendimento das Escrituras, já que aqui Paulo une todos os grandes temas da
Bíblia – pecado, lei, julgamento, destino humano, fé, obras, graça, justificação, santificação, eleição, a obra de Cristo e do Espírito Santo, a esperança cristã, a natureza da igreja, o lugar do judeu e do gentio
(não-judeu) nos propósitos de Deus, o significado da mensagem do Antigo Testamento, os deveres do cristão frente ao estado e os princípios de retidão moral. A Epístola aos Romanos abre uma perspectiva para o entendimento de como todas as partes da Bíblia se ajustam de modo claro.1
1) A Igreja Cristã em Roma:
Talvez a igreja na cidade de Roma tenha sido fundada por convertidos presentes no Pentecostes (At 2.110). O que se sabe é que em 49 d.C. a igreja já estava estabelecida, já tendo havido choques com os judeus (At 18.1-3). A carta foi escrita para uma igreja predominantemente gentílica (Rm 1.5s, 13s;
11.13s), uma comunidade grande e ativa, com boa reputação no mundo cristão mediterrâneo (Rm 1.8;
15.14). Muitos membros provavelmente foram ganhos para o evangelho dentro das sinagogas, fruto da obra missionária entre os judeus. Depois da expulsão dos cristãos de origem judaica, os cristãos de origem gentílica não podiam mais se reunir nas sinagogas, mas somente em casas particulares. O retorno subseqüente dos cristãos judaicos em 54 a.C., com a sua observância segundo a Torah de rituais etnicamente orientados, criou tensão com os cristãos gentílicos agora mais independentes. É em vista dessa situação que se entende a discussão de Romanos 14–15 acerca dos cristãos “fracos”
(predominantemente judeus) e os cristãos “fortes” (predominantemente gentios). Esses grupos distintos devem aprender a conviver (15.7s). Os cristãos judaicos não devem insistir em reivindicações baseadas na etnia (Rm