carta da felicidade
A primeira questão que devemos fazer ao texto é, portanto: qual definição de felicidade é empregada? Existem muitas possibilidades de definição ao se trabalhar com tal tema, porém Epicuro é bastante preciso ao definir a felicidade como um bem individual e, ao mesmo tempo, universal. Individual porque é um bem pertencente ao indivíduo e somente ele pode procurar sua felicidade; e universal porque a vontade de ser feliz é um desejo como a todos.
Então para chegar a esse objetivo o autor traça um guia importantíssimo (enquanto breve). São revistas em ordem decrescente o que para Epicuro são as grandes causas de tristeza. O primeiro argumento versa sobre o conceito tido acerca das divindades. Ele escreve que a divindade é um ente imortal e bem aventurado, afenso aos falsos juízos concebidos pela maioria das pessoas de que esse ente seja capaz de causar malefícios, mesmo aos maus.
Note-se que em nenhum momento Epicuro nega a existência dessa divindade. Pelo contrário, defende a necessidade dos mitos dos deuses, ou seja, a existência de tais entidades, para que incumbamos a eles questões cujas envergaduras estão além de nosso alcance. Deveríamos contentar-nos com aquilo que nos é natural, seja com um desejo natural ou com a observação daquilo que é o mundo natural. Tudo acima disso encontrar-se-ia numa esfera divina.
É interessante frisar que, ainda para o autor, o propósito da filosofia é de conquistar-se a saúde do espírito e, por conseguinte, ser feliz. O ato de filosofar seria procurar a prudência, focar-se naqilo que naturalmente precisamos e encontrar nisso o prazer. Temos assim a prudência como o princípio de uma estrada para chegar-se à felicidade, e essa estrada