Carta sobre a felicidade
Em um mundo onde todos sem exceção querem ser felizes, uma dúvida se levanta: é possível, afinal, ser feliz? Epicuro certamente refletiu sobre esta pergunta antes de escrever a Meneceu sobre o que seria realmente ser feliz. Porém, as palavras de Epicuro possuem um valor que atravessou os tempos, por seu valor e importância.
Em primeiro lugar cabe destacar o contexto no qual surge Epicuro, e que é caracterizado como Período Helenístico que sucede ao Classicismo grego. Com o esvaziamento da cultura grega em razão das grandes guerras entre as cidades gregas provocaram um sentimento de insegurança generalizada, justamente por este vazio provocado por estas guerras que enfraqueceram a civilização grega. O Epicurismo surge juntamente com o Estoicismo para ocupar este vazio, oferecendo segurança, salvação e tranqüilidade em um momento de grande instabilidade.
Epicuro tem por objetivo libertar o homem dos falsos desejos, dos falsos problemas da vida, isto é, ele quer que o homem viva o prazer dentro do padrão humano, sem exageros. Sem a busca de prazeres desenfreados.
O vazio sobre o qual repousa a nossa sociedade que busca em valores fúteis a sua felicidade atravessa os séculos e nos impulsiona a dedicar uma reflexão aprofundada sobre a carta que ele envia a Meneceu sobre o que é realmente a felicidade. Por ser uma carta um pouco extensa e o estudo cuidadoso, procuraremos dividir a análise sobre esta em uma série de quatro reflexões sendo que a primeira iniciaremos abaixo.
“Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde do espírito. Quem afirma que a hora de dedicar-se à filosofia ainda não chegou, ou que ela já passou, é como se dissesse que ainda não chegou ou que já passou a hora de ser feliz. Desse modo, a filosofia é útil tanto ao jovem quanto ao velho: para quem está envelhecendo