Carolina Maria de Jesus
Nasceu em Minas Gerais em 14 de março de 1914, numa comunidade rural onde seus pais eram meeiros e tinham 9 irmãos.
Quanto a sua escolaridade em Sacramento, estudou em um colégio espírita, que tinha um trabalho voltado às crianças pobres da cidade, através da ajuda de pessoas influentes. Carolina estudou dois anos do ensino primário . Toda sua educação formal na leitura e escrita é com base neste pouco tempo de estudos. Em 1937, sua mãe morreu, e ela se viu impelida a migrar para a metrópole de São Paulo morando na favela do Canindé. Carolina construiu sua própria casa, usando madeira, lata, papelão e qualquer coisa que pudesse encontrar. Ela saía todas as noites para coletar papel, a fim de conseguir dinheiro para sustentar a família de três filhos. Teve vários envolvimentos amorosos quando jovem, mas sempre se recusou a casar-se, por ter presenciado muitos casos de violência doméstica. Preferiu permanecer solteira. Cada um dos seus três filhos era de um pai diferente, sendo um deles um homem rico e branco.
Quando encontrava revistas e cadernos antigos, guardava-os para escrever em suas folhas. Começou a escrever sobre seu dia-a-dia, sobre como era morar na favela. Isto aborrecia seus vizinhos, que não eram alfabetizados, e por isso se sentiam desconfortáveis por vê-la sempre escrevendo, ainda mais sobre eles. Em seu diário, ela detalhava o cotidiano dos moradores da favela e, sem rodeios, descrevendo os fatos políticos e sociais que presenciava. Ela escreveu sobre como a pobreza e o desespero podem levar pessoas boas a trair seus princípios simplesmente para assim conseguir comida para si e suas famílias.
Mesmo diante todas as mazelas, perdas e discriminações que sofreu em Sacramento, por ser negra e pobre, Carolina revelou através de sua escritura a importância do testemunho, como meio de denúncia, da desigualdade social e do preconceito racial.
Em 1960 o destino lhe sorriu . apareceu na favela um jornalista Audálio Dantas da