Carlos Drummond de Andrade
Tem nome de rio esta cidade onde brincam os rios de esconder. Cidade feita de montanha em casamento indissolúvel com o mar.
Já é costumeiro para quem passa diariamente pelas imediações do Posto 6 de Copacabana a silhueta de um velhinho que desde que ali chegou, em 2002, nunca mais abandonou sua postura contemplativa e discreta. Copacabana não é mais a mesma sem ele. Carlos Drummond de Andrade pela obra do artista mineiro Léo Santana fora imortalizado. Drummond vive na memória do carioca e dos inúmeros turistas que o visitam diariamente. É comum ver filas de pessoas que sentam ao seu lado para tirar fotos, conversar, ou simplesmente olhar uma das paisagens mais bonitas de todo o Rio de Janeiro. A estátua é fruto do registro fotográfico de Rogério Reis de um momento cotidiano da vida de Drummond. Embora mineiro, o poeta passou parte significativa na sua vida na Cidade Maravilhosa e é possível identificar em sua obra aspectos influências do carioca.
Falar do Rio de Janeiro literário é falar de Drummond. O poeta em Retrato de uma Cidade descreve com maestria o Rio como ninguém:
"(...) Este Rio peralta!
Rio dengoso, erótico, fraterno, aberto ao mundo, laranja de cinquenta sabores diferentes
(alguns amargos, por que não?), laranja toda em chama, sumarenta de amor.
Ainda em Retrato de uma Cidade, Drummond mostra todo o seu conhecimento e paixão pela cultura e paisagem carioca ao citar o Carnaval, o Maracanã e o Cristo Redentor. Em Rio Flor de Janeiro o poeta faz uma viagem pela cidade passando pelo Parque do Flamengo, Botafogo, Tijuca, Centro, Ipanema e Paquetá. O Leblon também é lembrado em Inocentes do Leblon. Segundo relatos de Ziraldo, Drummond tinha muito medo de ser esquecido. Hoje, no banco em que sua estátua se senta, o mesmo em que o poeta costumava ficar nos finais de tarde, lê-se o verso, “No mar estava escrita uma cidade”. Drummond escreveu a história de sua vida nesta cidade, e