CARLA FONSECA
Volume 1, Número 1. Curitiba: UNESPAR/FAP, 2013.
ISSN 2317-8930
OS QUASI-CINEMAS DE HÉLIO OITICICA
E A CRÍTICA AO CINEMA NARRATIVO
BARROS, Carla Fonseca Abrão de1
RESUMO: Uma introdução às experiências “fílmicas” de Hélio Oiticica, na década de
70, as quais chamou de quasi-cinemas. Suas propostas experimentais tinham o objetivo de tirar o espectador de uma posição passiva diante da tela e levá-los a participar da obra através da experiência sensorial. Questionando essa postura do espectador cinematográfico, Oiticica reconstrói o dispositivo do cinema e critica a narrativa clássica. Na obra Cosmococa – programa in progress, parceria entre o artista e o cineasta Neville d'Almeida, a divisão em blocos (Trashiscapes, Onobject, Maileryn,
Nocagions e Hendrix-War) promove uma descontinuidade de tempo e espaço entre uma experiência e outra, sugerindo que o próprio espaço é o filme, transpondo os limites do quadro e propondo uma arquitetura cinematográfica. Fazendo referências ao rock e a ícones pop, Oiticica sugere uma arte voltada ao corpo, impossibilitado de se movimentar quando em estado contemplativo ao ver um filme ou observar uma obra de arte num museu.
PALAVRAS-CHAVE: arte, cinema, participação.
Uma Arte Libertária
Impulsionado pela vontade de trazer a arte para a experiência sensorial, Hélio
Oiticica criou uma série de obras cujo propósito era a participação, não delimitada somente à visão, mas que invadisse o corpo de forma a expandir a relação entre a arte e o mundo. A experimentação era propósito mas também a base, o artista saía dela para chegar nela também no resultado final. A experiência vai do artista para a obra, da obra para o mundo. Afinal, para Oiticica “o museu é o mundo” então ele propõe
“manifestações ambientais” iniciadas com o Parangolé.
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Graduada em Cinema na Faculdade de Artes do Paraná.
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ANAIS DO II SEMINÁRIO NACIONAL CINEMA EM PERSPECTIVA
Volume 1, Número 1. Curitiba: UNESPAR/FAP, 2013.