carcinicultura
A produção mundial de camarões de água doce do gênero Macrobrachium é um dos setores da aqüicultura que mais cresce no mundo, tendo aumentado mais de 1300% na última década. No início deste século, a produção mundial superou 300.000 toneladas, movimentando mais de US$ 1 bilhão. A produção está embasada em duas espécies: Macrobrachium rosenbergii (60%) e Macrobrachium nipponense (38%), sendo que as estatísticas da FAO (as mais tradicionais, utilizadas mundialmente como fonte com credibilidade) somente apresentam dados referentes à produção da primeira. Além disso, há muitos dados informados como crustáceos de água doce e camarões em geral que não são computados na produção de Macrobrachium apresentada pela FAO. Os principais produtores mundiais são China, Vietnam, Índia, Tailândia, Bangladesh e Taiwan.
2.2.3 Carcinicultura de Água Doce na América Latina3
Na América Latina, esse cultivo iniciou-se nos anos 70-80, quando foi implantado em quase todos os países da América do Sul e Central e, inclusive, no México e Caribe. No início, houve uma grande euforia em vários países - Brasil, Colômbia, Suriname e República Dominicana, entre outros.
Contudo, a tecnologia utilizada revelou-se inadequada; a produtividade pretendida não foi atingida e – o problema mais grave - os produtores não tinham conhecimentos sobre a conservação adequada da carne durante e após a despesca. Por exemplo, o Macrobrachium rosenbergii apresenta carne nobre com textura muito delicada, características que são profundamente alteradas se os camarões não forem abatidos e conservados adequadamente. Abatidos sem choque térmico no momento exato da despesca e muitas vezes congelado em “freezers” domésticos, o sabor e textura da carne alteram-se drasticamente (sua textura torna-se “borrachuda”), decepcionando o consumidor. Além disso, na maior parte das vezes era vendido simplesmente como “camarão” e não como “camarão de água doce”, sem explicações aos