Impactos da carcinicultura
A carcinicultura, que tem sido uma das práticas econômicas em franca expansão nas últimas décadas no mundo, especificamente nas regiões de manguezais, também têm sido fortemente criticada. Estudos recentes evidenciam que a pressão sobre o ecossistema do mangue, em atendimento às exigências de instalação de piscinas de carcinicultura, têm comprometido o equilíbrio ecológico dos mesmos.
A introdução de espécies exóticas, entendidas essas como não nativas das regiões em que se encontram, representam risco significativo ao equilíbrio ecológico preexistente. O controle de tais espécies se faz vital, uma vez que, liberados no ambiente, podem entrar em disputa com espécies nativas, alterando-se a configuração ecossistêmica precedente. O problema é que tal controle é praticamente inexistente, ou seja, não há um controle real de segurança para que não ocorra a introdução dessas espécies no meio ambiente.
A carcinicultura demanda instalação de piscinas artificiais, com a consequente supressão da vegetação nativa dos manguezais. O impacto imediato é sentido em curto, médio e longo prazos, pois por tratar-se de intervenção agressiva (extirpação da vegetação até a raiz, o que impede a regeneração da mesma), afeta-se o equilíbrio biótico das demais espécies habitantes, tais como alevinos de peixes e crustáceos, bem como retira-se uma barreira natural às altas marés, podendo ocasionar impactos nas populações humanas próximas. Além disto, os efluentes dos viveiros provoca a contaminação das águas por fungicidas. Outro problema é a salinização dos lençois freáticos, impossibilitando o consumo por parte das populações ribeirinhas. Além da salinização dos lençois freáticos ocorre também a salinização do solo nos arredores das fazendas, impossibilitando a agricultura nesses locais.
Outro aspecto, de caráter social, refere-se ao impacto de tais práticas econômicas junto às populações que tradicionalmente sobrevivem dos recursos do