Carbamato de etila
Introdução
No início da década de 1940, o carbamato de etila (CE) foi utilizado como hipnótico em humanos e como anestésico em animais. Durante a década de 40, estudos mostraram que o composto era carcinogênico em animais, possuía atividade contra leucemia em humanos e que tinha caráter mutagênico em Drosophila melanogaster. (ZIMMERLI, B., 1991)
O carbamato de etila tambem foi utilizado comercialmente na preparação e modificação de resinas contendo grupos amino, como co-solvente em sínteses (fármacos, pesticidas e cosméticos, intermediário químico em síntese orgânica e tambem na indústria textil. Atualmente o CE é utilizado apenas para fins de pesquisa.
Composto de fórmula molecular (NH2COOCH2CH3), cuja fórmula estrutural está representada pela Figura 1. Também conhecido como uretana, é um éster do ácido carbâmico (NH2COOH), possui peso molecular de 89,09 g/mol, temperatura de ebulição entre 182 – 184°C, temperatura de fusão de 49°C e solubilidade em água de 100mg/mL e em etanol de 1,2g/mL.
Figura 1: Fórmula estrutural
O CE pode ser encontrado naturalmente em alimentos (pão, iogurte, queijos), bebidas fermentadas (cervejas) e destiladas (cachaças, uísques, runs, vodcas). O Canadá, em 1985, através do “Health and Welfare Department” estabeleceu limites máximos de CE para bebidas alcoólicas (ANDRADE-SOBRINHO, L. G. A., 2002), em decorrência a detecção de altos níveis do contaminante em aguardentes e outras bebidas, fixando como valor máximo de ingestão diária de 30, 150 e 400 g/L para vinhos de mesa, bebidas destiladas e aguardentes de frutas, respectivamente. No Brasil, a presença de carbamato de etila em aguardentes de cana (cachaça) está regulamentada pela Instrução Normativa n 28, que determina o limite máximo como 210 g/L (MAPA, 2014). A tabela 1 apresenta os limites estabelecidos para o CE por alguns países para cada tipo de destilado. Pode ser observado que o teor máximo de uretana varia com o tipo de bebida.
Tabela 1: Teores do