Características da poesia de Rimbaud e Baudelaire
Hugo Friederich
O poeta e a modernidade (Baudelaire):
Pp.35: O poeta moderno tem a capacidade de ver não só na metrópole a decadência da civilização do homem, mas uma beleza que não tinha sido descoberta antes. Relacionando com Fernando Pessoa, quando se diz sobre a técnica e a modernidade, o poeta está na contramão da civilização. Citando o texto: “...a possibilidade da poesia na civilização comercializada e dominada pela técnica.”
Pp.36: A obra de Baudelaire não é biográfica – há poucas e muito imprecisas ref. à sua vida. Duas palavras chaves em sua poesia são “Obsessão” e “Destino”. A obra Le Fleurs du Mal são uma obra tematicamente unificada e na qual ele trabalhou por toda a sua vida.
Pp. 37: Há dois caminhos de poesia: a de Baudelaire que culmina na poesia simbolista e a de Rimbaud que destruirá toda a coerência com suas imagens absurdas e surrealistas.
Pp. 38-9: A separação do conteúdo sentimental (“embriagada de coração”) para dar forma a uma poesia, que é trabalho da linguagem. Não confundindo o material e o produto em si: conteúdo e poesia. (Divisão do sentimento diferente da poesia, separação da forma e extração do conteúdo -> poesia). A poesia se torna trabalho da linguagem e conteúdo trabalhado com a língua em si. O livro de Baudelaire , Le Fleurs du Mal, representa o trabalho obsessivo de linguagem em cima de uma obra só para dar forma à um material unificado em tema e propósito. Algo que se repete com Rimbaud, mas concernente ao conteúdo da lgg. (Trabalho específico de busca e anotação de palavras. Criação cuidadosa e medida, não pelo impulso, mas pelo trabalho da lgg = Rimbaud).
Pp. 40-1: A disposição de uma concentração temática e de uma obra planejada em que cada parte tenha uma função que ligue as poesias a um núcleo temático e poético comprova que Baudelaire estava longe dos românticos por não fazer do seu livro uma simples coleção de poesias avulsas. A forma