Capitulo XVIII
Bastian, que montava a mula Iicha, não estava muito mal em comparação com os outros, pois o seu manto de prata brilhante, embora fosse fino e leve, aquecia muito, e a água escorria pela superfície sem encharcá-lo.
O único do grupo que parecia completamente insensível ao frio e à chuva era Atreiú. Como o fizera quase sempre desde o início da viagem, cavalgava entre as nuvens nas costas de Fuchur.
Todos eles, incluindo o Dragão da Sorte, pensavam que estavam à procura do caminho de volta para o mundo de Bastian. E dado que Bastian precisava decidir em que direção avançariam, embrenhavam-se cada vez mais pelo interior de Fantasia, ou seja, dirigiam-se para o seu centro, constituído pela Torre de Marfim.
Os três cavaleiros procuraram nas vizinhanças ramos de árvores derrubados pelo vento e mato seco, e, ao fim de algum tempo, brilhava no interior da caverna uma bela fogueira. No fundo, o lugar não era assim tão desconfortável.
No meio da noite, acordou com um barulho estranho. Não sabia o que era. O fogo apagara-se e eles estavam mergulhados numa escuridão total.
Rastejaram até a entrada da caverna, de onde provinha o ruído, e escutaram com mais atenção. Toda a cratera estava cheia de uma espécie de lagartas disformes. No momento em que foram iluminados pelo brilho de Al-Tsahir imobilizaram-se, deixando à vista aquilo que vinham fazendo. Era uma torre da mais bela filigrana de prata. Era evidente que se tratava dos seres da história sobre a fundação de Amargante.
Após ver a dor dos Aiaiai, movido por compaixão Bastian tomou o AURIN e o usou para transformá-los em borboletas e mudou os seus nomes para Gargalhadas.
Ao acordarem todos riram com a palhaçadas feitas