resumo leo huberman a história da riqueza do homem capítulo XIV ao XVIII
O dinheiro só se torna capital quando é usado para adquirir mercadorias ou trabalho com a finalidade de vendê-lo novamente, mas com lucro. Quando um negociante paga uma quantia por lã, com a esperança de vendê-la por um preço mais elevado e obter lucro, o dinheiro é usado como capital. Ao contrário, por exemplo, do camponês que comprava a lã para fabricar suas próprias roupas.
Um industrial, hoje em dia, pode ter pouco ou nenhum dinheiro, e mesmo assim ser possuidor de grande volume de capital, em forma de meios de produção ou/e força de trabalho. O capitalista é dono dos meios de produção e compra a força de trabalho: a associação dessas suas coisas decorre a produção capitalista.
Uma vez iniciada a indústria moderna, ela obtém seus lucros e acumula seu capital muito depressa. Mas o capital inicial dessa indústria veio de onde? Essa questão é muito importante, pois sem o capital acumulado, o capitalismo industrial não teria sido possível, pois é preciso de muito dinheiro para iniciar uma indústria. Além disso, o capitalismo não poderia também ter ocorrido se não tivesse uma classe trabalhadora que não tivesse propriedades e fosse livre – gente que era obrigada a trabalhar para os outros para viver.
Antes da era capitalista o capital era acumulado principalmente através do comércio, que envolve não apenas as trocas de mercadorias, mas também a conquista, a pirataria, saque, exploração. No século XIII e XIV, o capital foi acumulado graças às Cruzadas, que iniciaram o contato dos europeus com o Oriente, e esse contato logo levou ao comércio entre essas regiões, enriquecendo principalmente as cidades na península italiana. Mas por maior que fosse o tesouro do Oriente, não era o bastante. Foi a partir do século XVI que se começou a reunir capital em volume bastante grande para satisfazer essa necessidade. Isso aconteceu por meio da descoberta do ouro e prata na América, escravização, conquista e saque das Índias