Capitalismo
A questão da destruição do meio ambiente – poluição, devastação das florestas, contaminação das águas e do solo, aquecimento global etc. – tornou-se notícia. Mas uma notícia que já sai atrasada, não há dúvida. Uma notícia que vem preocupar os homens quando os níveis gerais de empesteamento e esgotamento da natureza já ultrapassaram todos os limites, de um modo tal que já não se pode cogitar voltar atrás pura e simplesmente. Uma notícia que só vem à luz quando a própria possibilidade da existência do homem neste dado meio natural – o do planeta Terra – vê-se seriamente ameaçada.
Fala-se agora, e muito, em como conter a ação humana de modo a reduzir a voracidade com que se destrói a natureza. Fala-se em como conciliar a atividade econômica com a preservação do que resta de natureza no mundo. Fala-se em como pôr “rédeas” a esta atividade econômica, de modo a obrigá-la a arcar com os “custos” (ou pelo menos parte deles) da destruição ambiental. Fala-se, com especial destaque na grande mídia, em como pequenas ações voluntaristas e solidárias dos indivíduos da sociedade civil podem ajudar – coleta seletiva, reciclagem, uso do transporte público, consumo consciente etc.
O que não se fala, ou melhor, o que não se pergunta: por quê? Ora, há, sim, uma aceleração da destruição da natureza. Há, sim, uma aceleração rumo à catástrofe ecológica. Há, sim, algo que, pela primeira vez, coloca aos homens a questão da sua extinção como espécie... e por suas próprias ações... Por quê?
Homens têm vivido na Terra há milhares de anos. Homens têm consumido os recursos naturais, têm plantado e colhido, têm produzido socialmente os meios de sua sobrevivência, há milhares de anos – mas a ação humana sobre a Terra nunca antes havia se deparado com a possibilidade de destruição final da própria Terra e, conseqüentemente, do próprio homem. Se, afinal, os homens têm usufruído a natureza há milhares de anos, por que apenas nos últimos 150 ou 200