Logo que nos foi dado o texto O capitalismo é moral? de André Comte-sponville, me vi refletindo por algum tempo sobre o título, mesmo antes de tê-lo lido por inteiro. Em um primeiro momento, respondi a pergunta de forma positiva. Sim, o capitalismo seria moral, mas mais do que isso, ele também seria imoral. Cheguei a essa conclusão pelo simples fato de presenciar inúmeros casos na minha realidade como futura Administradora de Empresas. Em um primeiro momento, pensei que o capitalismo seria moral por possuir um sistema capaz de produzir bens e serviços que potencializassem a qualidade de vida daqueles que os usufruíssem, além de gerar lucros e fazer a economia e o mercado girar e crescer, oportunizando à inúmeras pessoas ter emprego e salário, o que, consequentemente, as habilitariam a usufruir dos bens e serviços produzidos, gerando um ciclo vicioso. Em um segundo momento, pensei que talvez esse sistema não fosse totalmente benéfico para quem participa dele, ao passo que o capitalismo também faz uso de meios repressores, exploram a mão-de-obra para minimizar os custos da sua produção, geram consumidores compulsivos, pessoas egoístas, egocêntricas e materialistas. Talvez esse fosse o lado imoral do capitalismo. Entretanto, ao iniciar o texto, fui pega de surpresa ao ver que meu raciocínio não compactuava com o autor e, de certa forma, fez muito sentido as palavras dele. Segundo Comte-sponville, o capitalismo não é moral nem imoral, ele segue a primeira ordem econômico-tecnocientífica, e não a terceira ordem, da moral. Dessa forma, ele é amoral. Isso porque, assim como a astrologia, a física, a meteorologia, o capitalismo é uma ciência, e isso faz com que ela se caracterize como amoral. Mas, antes de continuar o raciocínio, faço uma pergunta: o que é moral, afinal? Segundo o autor Sanchez, no seu livro A Essência da Moral, moral é retratada como um conjunto de normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o comportamento individual e social do homem. Ela