CAP TULO X
Quando falamos de coragem como uma virtude, não estamos falando sobre a imprudência dos grandes guerreiros, os destemidos ou os que são facilmente estimulados pelo medo. E enquanto não podemos negar que os egoístas e os maus também são capazes de ser corajosos, não é isso que nos interessa também. Assim como a prudência, a coragem é a condição de todas as outras virtudes: a primeira nos ajuda a encontrar a melhor forma de praticá-los, a última atreve-nos a agir sobre elas:
"Esse tipo de coragem não é ausência de medo, mas a capacidade de superá-lo por uma vontade mais forte e mais generosa. Já não é (ou já não é apenas) fisiologia: é uma virtude, que é pré-condição de todos os outros. Já não é a coragem do difícil: é a coragem do gentil, e de heróis. "
Pequeno Tratado das Grandes Virtudes (Comte-Sponville-Ed. Martins Fontes, São Paulo, 1999-Tradução de Eduardo Brandão ), p.41.
E não é apenas isso, ou: "Coragem, então, é o oposto, não só de covardia, mas também da preguiça e covardia" (p. 42). A coragem é uma "decisão", disse Jankélévitch, em face do desconhecido. Onde existe o conhecimento e a sabedoria sozinhos, o medo não tem lugar. Mas como você agir de acordo com eles? Isto é onde a coragem vem de dentro
Ela também é uma virtude que "existe apenas no presente" (p. 45). Só porque você mostrou coragem uma vez não significa que você vai fazê-lo novamente.
Então, se a prudência é o cérebro por trás do bem, você poderia dizer que a coragem é o seu músculo. Uma história que precisa ser exercida regularmente, para que ela não atrofie.