Cap 7 Aprendizagem
Quando um salmão-rei emerge pela primeira vez de seu ovo no leito de cascalho de um córrego, seus genes fornecem-lhe a maior parte das instruções comportamentais de que ele precisa para a vida. Ele sabe instintivamente como e onde nadar, o que comer e como se proteger. Seguindo um plano interno, o jovem peixe logo inicia sua jornada rumo ao mar. Após cerca de quatro anos no oceano, o salmão maduro retorna a seu local de nascimento. Ele percorre centenas de quilômetros até a foz de seu rio natal e então, guiado pelo odor do córrego, inicia uma odisseia contra a correnteza em direção ao seu ancestral lugar de desova. Ao chegar lá, o salmão procura a melhor temperatura, o melhor cascalho e o melhor fluxo de água para procriar. Então acasala e, cumprida a missão de sua vida, morre.
Diferentemente dos salmões, nós não nascemos com um plano genético para a vida. Grande parte do que fazemos aprendemos a partir da experiência. Embora lutemos para encontrar o direcionamento com o qual o salmão nasce, nosso aprendizado nos dá mais flexibilidade. Somos capazes de aprender a construir cabanas de capim ou abrigos de neve, submarinos ou estações espaciais, e assim nos adaptar a quase todo tipo de ambiente. De fato, a dádiva mais importante que a natureza nos proporciona pode ser a adaptabilidade - nossa capacidade de aprender novos comportamentos que nos ajudem a lidar com circunstâncias mutáveis.
O aprendizado gera esperança. Aquilo que pode ser aprendido é passível de ser ensinado - um fato que encoraja pais, educadores, instrutores e treinadores de animais. O que foi aprendido é passível de ser transformado por um novo aprendizado - um pressuposto que subjaz ao aconselhamento, à psicoterapia e aos programas de reabilitação. Não importa o quanto somos infelizes, malsucedidos ou desamorosos, esse não precisa ser o fim de nossa história.
Nenhum tópico está tão próximo do coração da psicologia quanto a aprendizagem, uma mudança relativamente permanente de