Canudos
CANUDOS
O grande líder revolucionário de Canudos foi Antônio Conselheiro, como era chamado, nascido no Ceará em 1828.
Por volta de 1870, Antônio Vicente Maciel começou a perambular pelo sertão da Bahia. De formação religiosa, pregava o amor a Deus e dava conselhos à população pobre da região. Por isso passou a ser conhecido como Antônio Conselheiro.
Em 1893, na região de Canudos, fundou um povoado conhecido como Arraial do Belo Monte, numa fazenda abandonada, por não concordar com a cobrança pesada de impostos.
Atribuía a alta das taxas à República, por isso defendia a volta da Monarquia e pregava o retorno do rei Dom Sebastião, rei português mitificado após desaparecer em terras da África.
E como pregador atraiu dezenas de milhares de sertanejos desesperançados, que tinham sido expulsos pelo gado ou pela ganância exarcerbada dos “coronéis”, os donos da terra.
O que Antônio Conselheiro propunha à época era e ainda o é era inédito. Ele oferecia conforto material e espiritual. No Arraial do Belo Monte, todos trabalhavam e ninguém passava fome. Não precisavam pagar impostos e tudo o que produziam era para si. As trocas do excedente de cada família eram comuns.
O Arraial do Belo Monte ou vila de Canudos como ficou conhecida, prosperava e crescia atraindo cada vez mais sertanejos em busca de uma vida melhor.
A atenção que Canudos e seu profeta Conselheiro, chamaram foi diretamente proporcional ao tamanho da vila de Canudos, que na Bahia só perdia para Salvador em número de habitantes.
Antônio Conselheiro incomodava muitas pessoas ao mesmo tempo. Muitas delas eram pessoas influentes.
Os primeiros a sentirem-se incomodados foram os coronéis. Antônio esvaziou os latifúndios do sertão baiano quando ofereceu abrigo em Canudos a quem quer que quisesse estabelecer-se por lá.
Tendo uma opção mais digna para viver, não eram muitos os que queriam continuar vivendo sob a tutela cruel e desumana dos coronéis. Mas esse era o menor dos seus