cancro do castanheiro
O Cancro do Castanheiro é provocado por um fungo designado Endothia parasítica. A espécie Castanea dentata foi praticamente aniquilada por esta praga que, segundo dados de 1987, terá destruído cerca de 3,6 milhões de hectares de castanheiro nos Estados Unidos da América. A doença que está presente na Europa há várias décadas foi detetada pela primeira vez, em Portugal, em 1989, na região de Trás-os-Montes. A zona de Padrela foi a mais afetada, verificando-se que a variedade Judia apresenta maior sensibilidade à doença. No território da TFT o cancro do castanheiro afetou com maior intensidade a zona de Parada.
A principal fonte de propagação da doença é a circulação de lenho sem ritidoma (casca).
Em 1998 foi estabelecido um Plano de Erradicação do Cancro do Castanheiro (Despacho 117/98). Para execução do Plano e durante três anos foram prospetados cerca de 77 000 castanheiros em doze concelhos da DRATM, com incidência nas zonas produtoras de castanha, verificando-se a infeção em cerca de 10% de árvores.
O cancro do castanheiro só é detetado a partir do terceiro ou quarto ano após a plantação, é muito virulento e ataca a parte aérea da árvore de forma rápida e irreversível. Deteta-se pelo desenvolvimento de necroses castanho-avermelhadas no tronco e pela permanência das folhas e ouriços mortos nos ramos secos da árvore para além do período normal, entre outros sintomas de observação minuciosa.
A irradicação da doença baseia-se em técnicas de enxertia e poda, recomendando-se:
- a desinfeção com lixívia dos instrumentos a utilizar;
- o corte dos ramos donde se retiraram garfos para efetuar enxertias;
- a pincelagem de toda a zona de enxertia com um fungicida;
- a raspagem da casca da zona do cancro até ao tecido são;
- o corte dos ramos 20 cm abaixo da zona do cancro e desinfeção com um fungicida;
- a queima das cascas e das pernadas cortadas no próprio local;
- corte das árvores enxertadas infetadas 15 a 20 cm acima da superfície do