Campos de concentração no Brasil
Para quem pensa que Campos De concentração foi fruto apenas dos Nazistas, se engana. No Brasil houve campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, é o que mostra documentos oficiais que estavam lacrados pelo governo e que ajudam a desvendar um período até aqui obscuro da história.
A partir de 1942, aproximadamente 3.000 pessoas de origem alemã, italiana e japonesa foram encarceradas em 10 campos de concentração criados em sete Estados brasileiros (PA, PE, RJ, MG, SP, SC e RS).
Não havia semelhança com os campos nazistas, pois os espaços de confinamento brasileiros permitiam que os prisioneiros saíssem para fazer compras na cidade, receber visitas e até tocar em festas.
Em 1939, um navio alemão Windhuk, que, para fugindo da marinha inglesa, aportou em Santos. Mesmo o Brasil se mantendo neutro à guerra, até então, os tripulantes alemães foram impedidos de deixar o país, passando a viver no navio. Em 1942, com a criação dos campos, toda tripulação foi enviada para as novas instalações.
O livro ”O Canto do Vento”, do jornalista Camões Filho trata do assunto. Outros pesquisadores da USP estão investigando o caso.
Segundo o livro de Camões Filho, com o término da guerra, 90% dos prisioneiros permaneceram no país.
Esse período da história brasileira nunca foi incluso nos livros didáticos porque, até 1996, era confidencial, o governo permitia apenas o acesso parcial aos dados. Os arquivos oficiais foram lacrados sob uma lei que proibia consultas ou pesquisas por 50 anos. Em 1988, o prazo foi diminuído para 30 anos.
“Essa é uma história que está para ser escrita e foi omitida por ser inoportuna. Tais arquivos mostram os carrascos de uma fase desagradável da história política brasileira”, diz a professora da USP e coordenadora do projeto Arquivo-Universidade, Maria Luiza Tucci Carneiro, especialista em racismo e antissemitismo.
A criação