Campo Cidade
Este texto tem por objetivo discutir a relação campo-cidade numa perspectiva conceitual, tomando como referência as reflexões de Marx e Engels (2008) e Welliams (1989), buscando a explicação sobre a forma em que tal relação contribuiu para a formação territorial brasileira.
Segundo Marx e Engels (2008), considerando o contexto histórico em que ocorrem as transformações sócio-espaciais no ocidente europeu e no mundo, pode-se inferir que a passagem para a civilização representou um marco irreversível na trajetória da humanidade. Sendo assim, a “passagem da barbárie para a civilização” seria a mudança de um modo de vida selvagem, ou seja, para um modo, mais elaborado, estruturado, com uma organização política, econômica, social; fazendo surgir a divisão do trabalho.
A maior divisão do trabalho material e intelectual é a separação entre cidade e campo. A oposição entre cidade e campo surge com a passagem da barbárie para a civilização, da organização tribal para o Estado, do provincialismo para a nação, e persiste através de toda a história da civilização até nossos dias atuais ( a Anti Corn Law League), ou seja, a divisão do trabalho (MARX e ENGELS, 2008, p. 55).
Os autores estão discutindo o contexto da Revolução Industrial, onde a relação entre o campo-cidade passa a ser de interdependência: O campo agora para ser campo vai precisar da cidade para sua reprodução. Desta forma pode-se observar que a industrialização e sua subseqüente modernização passaram a serem inseridos no campo. E com isso a cidade vai determinar o que o campo vai produzir e em que quantidade para suprir as exigências da produção intelectual.
A relação campo-cidade se processa a partir da divisão do trabalho como produto do capitalismo. Sendo assim, é por meio dessa divisão que a produção se especializa, pela integração dos valores de troca e serviços. No campo houve uma dinâmica, na qual se inseriu cada vez mais tecnologias surgidas nas