Camilo Sitte e a cidade artistica
Camilo Sitte nasceu em Viena em 17 de abril de 1843. Era um arquiteto inspirado numa teoria de cidade ideal (sem espaços diferenciados), apoiado em análises de fragmentos de cidades antigas que conhecia, destacava o seu caráter urbano e artístico do seu tempo. Era contra a demolição dos antigos núcleos, dos espaços simbólicos. O desenho do Sitte era tridimensional movido pelo gosto e sensibilidade e não era uma questão de geometria ou economia, era possível dizer que os técnicos modernos que nos sucedem, armados de esquadros e compassos, pretendiam resolver as delicadas questões de gosto com a grosseria geométrica, ou seja, eles se preocupavam com a estética moderna das cidades.
Em 1889, Sitte escreve o livro “A construção das cidades segundo seus princípios artísticos”, onde analisa os espaços das cidades medievais e antigas crendo sempre ter um elemento que se repete, a praça. Estuda os padrões morfológicos do espaço urbano sendo contra as cidades modernas, falta de princípios estéticos, desprovidas de espaços. Estuda praças da antiguidade e destaca elementos morfológicos que se repetem. Faz análise dos espaços da praça, cena urbana, criando um cenário urbano, componente teatral dos espaços simbólicos. Em seus estudos chegou a conclusão que as pessoas deixam de usar o espaço da praça por causa do seu tamanho, falta de conforto e aconchego. Para ele praça é o símbolo da expressão do ideal de comunidade. Um lugar público como praças antigas e ágoras gregas resgatam a beleza da cidade. No Renascimento a visão da cidade quebrou o espaço enquanto espaço simbólico tornando-se o que seria o urbanismo moderno.
É por estas e outras razões que seu livro, é na verdade um guia ilustrado do que ele acreditava ser o correto para o planejamento do traçado urbano de Viena. Boa parte de sua pesquisa volta às cidades antigas para entender seu funcionamento, questionar seus vazios, a estátua solitária no centro das praças e suas dimensões,