Calvino sobre Diderot e o iluminismo
Calvino um anti-romance-metarromance-hiper-romance; histórias dentro de histórias, que desperta a nossa curiosidade e chega até nos dar a falsa impressão de poder participar e opinar mas que em seguida é contrariado pelo autor.
Em Jacques lê Fataliste, Jacques o fatalista e seu amo são apresentados a um grande leque de possibilidades, deixando-lhes decidir o que mais lhe agrada para depois desiludi-los com a possibilidade menos “romanesca”. No fatalismo que fica evidenciado em Jacques
(tudo o que acontece está escrito no céu) vemos que longe de justificar a resignação ou passividade, leva Jacques a dar sempre provas de iniciativa e a nunca se dar por vencido, enquanto o amo, que parece mais propenso para o livre arbítrio e a vontade individual, tem tendência para desencorajar-se e se deixar levar pelos acontecimentos.
Se para Leibniz este era o melhor dos mundos possíveis, Diderot dizia que este era o único mundo possível, sendo ele bom ou mau, e o comportamento do homem, bom ou mau é valido na medida em que esteja em condições de responder ao conjunto das circunstâncias em que se encontra. Diderot considerava sua forma de escrita- o esquema de conto definido, começando descrevendo seus amores e introduzindo outros contos ao longo da história, que só terminará no fim do livro- como a única imagem autêntica do mundo vivo, que nunca é linear, estilisticamente homogêneo, mas cujas coordenadas embora descontínuas revelam sempre uma lógica.
Preocupava-se mais em fazer com