Caderno de Referências
CADERNO DE REFERÊNCIAS
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Reportagens 1
Reportagens 2
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Filme
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Teatro
Conclusão
Curiosidades
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REPORTAGENS
Pintura do artista mineiro Dionísio revela o lado encantador da metrópole
Bares de BH ganham novo colorido sob os pincéis do artista, que não se dobrou ao AVC e aprendeu a trabalhar com a mão esquerda
“Não é a gente que escolhe a arte, é ela que nos escolhe”, afirma Antônio Dionísio da Cruz, de 77 anos, apoiado na bengala, na sala de seu apartamento no Bairro Jardim Atlântico, em BH. As palavras e o sorriso têm significado especial: em 25 de julho de 2000, um acidente vascular cerebral paralisou o lado direito do corpo do pintor. O AVC interrompeu a atividade artística e as aulas de violão, essenciais para a sobrevivência da família. Dionísio ficou revoltado, mas voltou à pintura três meses depois. Passou a trabalhar com a mão esquerda.
Dois quadros surrealistas, feitos logo depois da doença, abriram caminho para a retomada. Dionísio cria preciosas cenas urbanas cuja potência plástica, poesia e bom humor encantam. Se BH é a capital dos botecos, esse artista é o melhor tradutor da vocação da cidade. Afinal, botequins e seus nomes divertidos são recorrentes na obra dele. Tal ambiente, observado com ironia, é considerado por Dionísio a síntese de muitos sentimentos. Um pequeno teatro onde se mesclam alegrias e dramas do ser humano.
“O violão ajudou na recuperação”, conta ele. O instrumento musical exige muito da mão esquerda. “Pintar assim cobra muita persistência, vontade de vencer”, acrescenta. Poder movimentar apenas um braço, lembra Rosângela Caldeira Brant da Cruz, mulher do artista, faz com que abrir o tubo de tinta (e ele usa muitas cores) seja complicado. “Só de vez em quando me lembro da mão direita”, brinca