broca da cana
Introdução de inimigos naturais da praga fez com que menos inseticidas fossem utilizados nas lavouras em 25 anos por Globo Rural On-line
Por conta do controle biológico nas lavouras, houve a economia de 951 mil litros de inseticidas entre 1980 e 2005
A broca, estágio larval de uma mariposa da espécieDiatraea saccharalis, é uma das pragas mais nocivas às plantações de cana-de-açúcar. O inseto faz pequenos buracos no colmo da cana e abre portas para instalação de fungos, o que prejudica o desenvolvimento da cultura e a produtividade. Nos últimos anos, a incidência do inseto nas lavouras foi diminuída com o chamado controle biológico, que usa meios naturais para diminuir a presença de pragas.
Normalmente, esse controle é feito com a inserção de predadores que atacam as pragas. Com isso, de acordo com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), o uso de controle biológico da cana entre 1980 a 2005 reduziu a quantidade de inseticida contra a broca em 951 mil litros. Entre os principais inimigos naturais da broca, destacam-se as espécies Cotesia flavipes e Trichogramma galloi, que são criados e multiplicados por empresas especializadas e facilmente encontrados no mercado. Esses insetos colocam ovos em cima da broca – quando eclodem, as larvas do predador se alimentam da praga da cana.
No entanto, o controle biológico pode ser ineficiente se algumas recomendações não forem seguidas de forma correta. “O controle biológico apresenta diversos benefícios, inclusive o ambiental, porque reduz a necessidade de aplicação de inseticidas”, explica Harley Nonato de Oliveira, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A maior preocupação diz respeito ao manejo dos predadores da broca. Para garantir que o inimigo natural utilizado tenha qualidade, deve-se prestar atenção em uma série de fatores, tais como o número de machos e fêmeas, habilidade de voo, capacidade de dispersão e taxa