BRINCAR NO AMBIENTE HOSPITALAR
A brinquedoteca hospitalar passa a atrair mais olhares e ser maior alvo de pesquisas a partir de 2005, quando é aprovada a Lei nº 11.104 que institui a obrigatoriedade de se possuir brinquedotecas nos hospitais que oferecem atendimento pediátrico em regime de internação. Sua importância como terapia às crianças hospitalizadas tem sido objeto de estudo de várias pesquisas, inclusive dessa que visa a análise e compreensão dos processos envolvidos desde a escolha dos brinquedos e catalogação até a capacitação dos profissionais que atuarão nessa brinquedoteca.
Neste trabalho a pesquisa foi dirigida à condição de hospitalização de crianças com Paralisia Cerebral buscando compreender os efeitos que as brincadeiras e as atividades lúdicas com finalidade terapêutica provocam no desenvolvimento físico, social, emocional e psicomotor dessa criança. Para isso foi realizada uma entrevista no hospital da Associação Cruz Verde, que tem como objetivo prestar atendimento aos portadores de paralisia cerebral grave que possuam algum agravo clínico vinculado, permanecendo estes no hospital para receber assistência até o óbito.
A Paralisia Cerebral se caracteriza por uma agressão encefálica que provoca uma sequela permanente e constante desde a primeira infância, afetando a postura, os movimentos e a maturação neurológica (DEDERICH, 2000). Alfredo Tabith Junior classificou (1995) a Paralisia Cerebral de três maneiras: de acordo com o tipo de envolvimento neuromuscular, os membros atingidos e o grau de comprometimento motor. De acordo com o tipo de envolvimento neuromuscular a paralisia pode ser espástica (músculos mais resistentes à contração e que custam mais a se relaxar, reflexos muito ativos ou responsivos em excesso e aumento do tônus muscular), atetóide (apresenta pequenos movimentos involuntários), e atáxica (falta de equilibro e de coordenação motora). De acordo com os membros atingidos a paralisia pode ser classificada em paraplegia (membros inferiores