Brinquedoteca hospitalar
O ambiente hospitalar traz com ele regras que, muitas vezes, ameaçam o comportamento espontâneo da vida diária. A organização do hospital visa o cuidado da doença física, esquecendo-se dos aspectos biopsicossociais do ser humano, esperando dele passividade e discrição. Essa condição é encontrada em muitos hospitais pediátricos, onde observamos a centralização desproporcional na doença em relação à saúde, na morte ao invés da vida, na morbidez em detrimento da vitalidade e uma grande preocupação em prolongar a vida biológica em descentralização de outras dimensões da mesma.
A hospitalização traz consigo transtornos em todas as fases da vida, sendo potencialmente traumática na infância com prejuízos da saúde mental que permanecem mesmo após a alta hospitalar. Quando uma criança sofre uma internação o seu curso de desenvolvimento, a sua forma de ver o mundo tem continuidade, mas muitas vezes promovem uma série de alterações na rotina e na vida da criança e família. A criança é afastada de sua vida cotidiana, do ambiente familiar e submetida a um confronto com a dor e a limitação física.
A criança diante desta nova situação pode apresentar sentimentos como medo, sensação de abandono, distanciamento de pessoas queridas, culpa e até mesmo sensação de punição, o que acarreta mais sofrimento e dificuldade de intervenção para a equipe. Tudo isso ocorre ao mesmo tempo, mas com intensidades diferentes em cada criança, pois é preciso levar em consideração a idade, situação psico-afetiva, rotinas hospitalares, motivo e duração da internação. Estas condições vão determinar um maior ou menor comprometimento durante o tratamento. Pensando nesses aspectos da internação infantil é que a humanização hospitalar busca melhorar a qualidade do atendimento dos pacientes com base no conceito de saúdeglobal. É necessário que todas as pessoas que tenham contato com a criança, saibam que não se deve tratar somente a doença e sim vê-la como um todo, com suas