Breve historia do urbanismo
Então, a cidade, a mais compreensível das obras do homem e que engloba tudo, segundo Walt Whitman, pode caracterizar-se ainda através da história: «a história universal é história de cidades», disse Spengler; da geografia: «a natureza prepara o local e o homem organiza-o de maneira a satisfazer as suas necessidades e desejos», afirma Vidal de la Blache; da economia: «em nenhuma civilização a vida das cidades se desenvolveu independentemente do comércio e da indústria» segundo Pirenne; da política que segundo Aristóteles a cidade é um certo numero de cidadãos; da sociologia: «a cidade é a forma e o símbolo de uma relação social integrada», dizia Munford; da arte e arquitectura: «a grandeza da arquitectura esta ligada à da cidade, e solidez das instituições costuma avaliar-se pela dos muros que as protegem» afirma Alberti.
Assim, a dificuldade que encontramos logo é a de definir o que é propriamente uma cidade dadas todas estas caracterizações e definições.
Ortega y Gasset, por sua vez, vê a cidade como uma maneira encontrada pelo homem de viver fora e frente do cosmos, baseando esse conceito numa diferenciação entre cidade e natureza em que a cidade é uma criação artificial do homem, ou seja, é uma cidade clássica que possui como elemento fundamental a praça, a Àgora da Grécia antiga, um local destinado a encontros, feiras e mercados, discussões e debates entre os cidadãos.
Assim, a urbe clássica não deveria possuir casas, mas sim fachadas para delimitar a praça. Portanto a cidade clássica possui um sentido oposto ao doméstico, onde a cidade é fundada com o objectivo de se sair de casa para reuniões, relações e encontros com os demais cidadãos enquanto a casa é edificada para se estar dentro dela.