Breve Di Logo Entre O Passado E O Presente
O Cortiço:
Durante a leitura do livro “O Cortiço” notamos que tem uma constante rivalidade entre os personagens brasileiros e os personagens portugueses.
Esse fato que ocorria no passado, na época em que a obra foi escrita, pode ser encontrado agora, no presente.
A rivalidade entre Brasil e Portugal vem desde a época da colonização. Como em quase todas as relações entre colônias, no caso o Brasil, e metrópoles, no caso Portugal, esta teve consequências que repercutem até os dias de hoje.
Na obra podemos perceber a transformação do personagem Jerônimo que, no começo, era muito patriota e sentia falta de Portugal. Porém, ao longo da narrativa, ele se aproxima de Rita Baiana, e acaba pegando costumes brasileiros.
“Jerônimo e sua mulher foram convidados para ambas as mesas, mas não aceitaram o convite para nenhuma, dispostos a passar a tarde ao lado um do outro, tranqüilamente como sempre, comendo em boa paz o seu cozido à moda da terra e bebendo o seu quartilho de verde pela mesma infusa.” (Capítulo VII – página 40)
No trecho anterior, observamos que Jerônimo e sua mulher recusam a festa, que era típica do Brasil, para continuar com os costumes de sua terra.
“E assim, pouco a pouco, se foram reformando todos os seus hábitos singelos de aldeão português: e Jerônimo abrasileirou-se. A sua casa perdeu aquele ar sombrio e concentrado que a entristecia; já apareciam por lá alguns companheiros de estalagem, para dar dois dedos de palestra nas horas de descanso, e aos domingos reunia-se gente para o jantar. A revolução afinal foi completa: a aguardente de cana substituiu o vinho; a farinha de mandioca sucedeu à broa; a carne-seca e o feijão-preto ao bacalhau com batatas e cebolas cozidas; a pimenta-malagueta e a pimenta-de-cheiro invadiram vitoriosamente a sua mesa; o caldo verde, a açorda e o caldo de unto foram repelidos pelos ruivos e gostosos quitutes baianos, pela muqueca, pelo vatapá e pelo caruru; a couve à mineira