Georg simmel
Georg Simmel e as ambigüidades da modernidade
Georg Simmel and the ambiguities of modernity
João Carlos Tedesco1 jctedesco@upf.br Resumo O texto analisa alguns aspectos da teoria crítica de Simmel em torno das formas de sociabilidade do moderno, suas repercussões no horizonte cultural e algumas das estratégias dos indivíduos para fazer frente a esse processo. Palavras-chave: modernidade, cultura, dinheiro.
Abstract The text analyses some aspects of Simmel’s critical theory on the forms of modern sociability, their repercussions on the cultural horizon and some strategies adopted by individuals to face this process. Key words: modernity, culture, money.
Introdução
Georg Simmel (1858-1918) é um pensador do interdisciplinar, um moderno, um crítico da modernidade; muitos de seus escritos transitam pela filosofia, sociologia, história, psicologia, economia e antropologia. É possível perceber por esses vários caminhos uma teoria da modernidade e uma filosofia crítica da cultura. Por isso, retomar o pensamento de Simmel é mais do que adentrar para o interior de suas complexas teias; é mais do que nunca um esforço contínuo de atualização e de inserção crítica no mundo moderno e de uma concepção de indivíduo e de conhecimento. O autor reflete, em muitos de seus escritos, sobre a cultura moderna numa perspectiva histórica e crítica, muito baseado no que seu mundo contemporâneo apresentava; mundo esse espelhado em Berlim com sua modernização, seus modos de vida, berço de um capitalismo em ascensão, com a dinâmica do dinheiro, da tecnologia e da mercantilização dando o tom das relações sociais, dentre uma série de outras questões da esfera política, bélica e estética. Simmel pensou e analisou fenômenos estruturantes da modernidade como o dinheiro, a vida social, mental e cultural nas grandes cidades, a mercantilização e a fetichização do corpo, do estético, da moda; problematizou a