Breve análise de MEDÉIA
Medeia de Eurípedes é conhecida como a tragédia da ruptura. Com seu estilo inovador, Eurípedes se destaca entre os tragediógrafos. A inovação pode ser notada desde o momento que Eurípedes coloca uma personagem feminina e estrangeira como principal; A mulher não era reconhecida como cidadã e assim, não tinha voz pública; era apenas mais um elemento que compunha o núcleo familiar. O sexo feminino não tinha incentivos para estudar e também não poderia usar da filosofia e outras ciências que a permitisse ter um pensamento crítico.
O enredo desta tragédia se passa em Corinto, local de refúgio de Medéia e seu esposo, Jasão, após a expedição dos argonautas. Logo no início da obra, o autor nos surpreende com o Prólogo sendo aberto por uma escrava – outra classe que vivia à margem da sociedade – que ajudava Medeia a cuidar de seus dois filhos.
A temática central da peça é a desonra sofrida pela personagem principal quando seu marido a deixa para desposar a filha do Rei de onde estavam. Medéia se sente abandonada, largada, humilhada depois de tudo que ela fez para ajudar o herói. Ela fica totalmente desconsolada. Neste momento, ela reflete sobre a posição da mulher, de submissão e passividade, perante seu esposo e a sociedade. Faz reflexões filosóficas e critica o pensamento patriarcal no qual estava imersa a tradição de sua época.
Medéia culpa a princesa pela destruição de seu lar e maldiz a coroa. Creontes, rei de Corinto, tomando conhecimento disso, teme por si e pela vida de sua filha. O rei então vai até a casa de Medeia e a expulsa da cidade, mas ela pede somente mais um dia para achar um lugar para ir com seus filhos e o rei concede. No entanto, se Creontes soubesse o que se passava no coração daquela mulher, certamente não teria lhe concedido esse dia, esse único dia onde toda a vingança de Medeia é concretizada. Medeia chama Jasão até sua casa e lhe convence que está arrependida e que deseja presentear a princesa como sinal de perdão. Jasão