Bretton Woods
Em julho de 1944, o sistema financeiro internacional estava despedaçado. As maiores potências do mundo ainda estavam em guerra, mais preocupadas com avanços bélicos que econômicos. A Grande Depressão de 1929 resultou em diminuição drástica de produção, comércio e emprego e lançou toda a sorte de protecionismos: barreiras comerciais, controle de capitais, medidas de compensação cambial. A política que ficou conhecida como "beggar-thy-neighbor" (empobreça seu vizinho), disseminada nos anos 1930 e que primava pelo aumento de tarifas para reduzir déficits na balança de pagamento, era a cartilha dos governos.
Convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, a primeira grande conferência monetária internacional foi inaugurada no dia 1º de julho de 1944. No Hotel Mount Washington, na pequena localidade de Bretton Woods, os mais de 700 delegados discutiram os graves problemas provocados pela eclosão do conflito em escala global e os caminhos para superá-los. Um dos objetivos era evitar a repetição de crises geradas pelas fortes flutuações cambiais no período entre-guerras. O mundo queria fugir do caos monetário, de grandes recessões e surtos de hiperinflação — cenário capaz de facilitar a ascensão de governos autoritários.
Durante o encontro, foram criadas instituições voltadas para tentar alcançar essa estabilidade: o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Bird ou Banco Mundial). Mas mesmo com a assinatura do Acordo de Bretton Woods, os dois organismos levaram ainda dois anos para começar a entrar em operação, em 1946, aguardando a sua ratificação pelos países.
Duas propostas, basicamente, estavam à mesa: de um lado a dos EUA, representados por seu secretário do Tesouro, Harry Dexter White. Do outro, a britânica, do célebre John Maynard Keynes. Venceu o mais forte, a potência que sairia vitoriosa da Segunda Guerra: o plano de White, que temia restrições ao