Brenner

Introdução
Robert Brenner é um historiador marxista americano que estudou, durante a década de 1970, as causas e resultados da transição feudo-capitalista. É muito importante, antes de tudo, analisar detalhadamente o contexto em que o autor expõe suas ideias para que se possa entendê-las integralmente.
Considerando o aspeto temporal-geográfico, ter-se-á a influência do contexto onde autor elabora sua teoria, em um ambiente de crise do Socialismo Real com as diversas contradições vistas na URSS da década de 1970. Por isso, Brenner, ao contrário de Maurice Dobb ou Paul Sweezy, não tratará do debate sobre a transição sob um aspecto influenciador de uma práxis revolucionária em direção ao socialismo, já que ele se encontrava em crise ao redor do mundo. Do pondo de vista do método, Brenner apropria-se do materialismo histórico-dialético, um marco teórico que visa explicar as mudanças e o desenvolvimento da história utilizando-se de fatores práticos, tecnológicos (materiais) e o modo de produção para definir a transição para o capitalismo. Deve-se lembrar que esse é um processo de longa duração, que trata da mudança de como a sociedade se organiza em sua essência, ou seja, da transformação da infraestrutura da vida social. O debate tem como ponto de partida a crítica do autor americano a duas correntes de pensamento histórico: a demográfica e a mercantil. Ambas já eram antagônicas entre si, mas o autor as critica partindo de um argumento comum - essas visões simplificam os processos históricos de longa duração dando-lhes explicações baseadas em critérios objetivos, como população ou trocas, estabelecendo simplificações e generalizações que Brenner considerará incorretas.

O Modelo Demográfico Os autores que Robert Brenner chama de “demógrafos” são representados principalmente por Michael Postan e analisam a transição feudo-capitalista a partir de um pressuposto teórico neomalthusiano.
O neomalthusianismo parte da ideia de que a população humana tem o