Deuses e crenças do hinduismo
Crenças
No sul da Índia, próximo à cidade sagrada de Tiruvannamalai, fica o templo de Bhuvaneshwari. Lá, os monges residentes têm uma única ocupação - bem insólita, por sinal: desde o século 16, ou talvez até há mais tempo, eles fazem um minucioso recenseamento de todos os deuses hindus. Em pergaminho, registram a origem, a função e as relações de parentesco. É uma tarefa gigantesca. O número oficial de deuses na Índia chega a 330 milhões. Extraoficialmente, porém, essa conta bate na casa do bilhão.
Aqueles que seguem o Hinduísmo devem respeitar as coisas antigas e a tradição; acreditar nos livros sagrados; crer nas divindades; persistir no sistema das castas (determina o status de cada pessoa na sociedade); ter conhecimento da importância dos ritos; confiar nos guias espirituais e, ainda, acreditar na existência de encarnações anteriores. O nascimento de uma pessoa dentro de uma casta é resultado do karma produzido em vidas passadas. Somente os brâmanes, pertencentes as castas "superiores" podem realizar os rituais religiosos hindus e assumir posições de autoridade dentro dos templos.
Define-se casta como um grupo social hereditário, no qual a condição do indivíduo passa de pai para filho. O grupo é endógamo, isto é, cada integrante só pode casar-se com pessoas do seu próprio grupo.
- os brâmanes (sacerdotes e letrados) nasceram da cabeça de Brahma);
- os xátrias (guerreiros) nasceram dos braços de Brahma);
- os vaixás (comerciantes) nasceram das pernas de Brahma) ;
- os sudras (servos: camponeses, artesãos e operários) nasceram dos pés de Brahma.
À margem dessa estrutura social havia os cordeiros, que vieram da poeira debaixo do pé de Brahma. Hoje são chamados de haridchens, haryens, dalit, ou intocaveis.
No sistema de castas, a vaca é considerada mais "pura" até do que os brâmanes (indivíduos pertencentes à casta mais elevada, dos sacerdotes) - por isso, não pode ser morta nem ferida e tem passe livre para circular pelas ruas