Braudel e as ciências sociais
“Há uma crise geral das ciências do homem: elas se encontram, no mínimo, todas sobrecarregadas por seus próprios progressos devido à acumulação dos novos conhecimentos e da necessidade de um trabalho coletivo, cuja organização inteligente ainda está por estabelecer; direta ou indiretamente, todas encontram-se afetadas, quer queiram, quer não, pelos progressos efetuados pelas mais ágeis dentre elas, e , no entanto, permanecem prisioneiras de um humanismo retrógrado, insidioso, que não pode mais lhes servir como referencial. Todas, com maior ou menor lucidez, preocupam-se com o lugar que ocupam no conjunto gigantesco das pesquisas antigas e recentes, nas quais se pode hoje presumir a necessidade de uma convergência.” (p. 87)
Essa é a premissa no texto. A perda da referência das ciências humanas. O que é esse humanismo que não pode mais servir de referencial? Tem a ver com a impossibilidade, diante do enorme volume de pesquisa, de se “acompanhar tudo”, ou seja, ser um erudito? A questão da necessidade do trabalho coletivo talvez esteja aí posta.
O que fez a História? É sempre bom lembrar a provocação de Novais e Forastieri na introdução (diante da crise de paradigmas, a história muda de objetos)
A solução das ciências humanas é se separar? Importante notar que Lévi-Strauss é elogiado por tentar aproximar, através da sua “antropologia estrutural”, os procedimentos da linguística e da “história inconsciente” (denominação de Braudel?).
Ele cita também os “area studies” desenvolvidos nos Estados Unidos pelos chamados social scientists, fazendo a ressalva de que é preciso que “a reunião das ciências sociais seja completa, que [p.88] as mais antigas não sejam negligenciadas em benefícios das mais jovens, capazes de tantas promessas, mas não de sempre cumpri-las. Por