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Desde o encontro entre Marc Bloch e Lucien Febvre a historiografia nunca mais foi a mesma (BURKE, 1997), no entanto, as variações de opinião acerca de como e o que mudou com o advento da Escola dos Annales são muitas. O “montante” de paradigmas, afirmações e direções permearam as três gerações desse movimento. Na verdade a grande contribuição historiográfica dos Annales em sua primeira geração foi a possibilidade de um diálogo entre a história e as ciências sociais, rompendo uma barreira invisível e ao mesmo tempo sólida, legitimada por uma história tradicional, factual, excessivamente preocupada com os acontecimentos advinda do século XIX. (REIS: 2004).
A “história nova” empreendida por Febvre e Bloch com a Escola dos Annales, começa a tecer suas redes de conhecimento em contraposição a história tradicional “enraizada” nos grandes homens e fatos, e que dessa forma, marginalizava muitos aspectos das experiências humanas, entretanto para a “história nova”, toda vivência humana é portadora de uma história. Partindo desta idéia que os Annales construíram o sentido de “História total”. A primeira geração dos Annales foi o ponto de partida para as novas abordagens da história. Bloch em Les Reis Thaumaturges (Os Reis de Taumaturgos) amplia o campo historiográfico sobre o estudo do mundo rural, fazendo comparações entre a França e a Inglaterra, algo novo do ponto de vista tradicional “acostumado” a escrever sobre temas mais restritos.
Febvre objetivava uma pesquisa interdisciplinar com uma história voltada para a problematização, entretanto em algumas obras propunha uma homogeneidade de pensamento praticamente “impossível”. Era preciso levar em consideração os vários aspectos e diferenças humanas, seja ele homem, mulher, rico ou pobre. O fato é que as diferenças existem na forma de pensar dos indivíduos, e não levá-las em consideração é negligenciar outros campos relevantes.
Os pensamentos de Marc Bloch e