A escola dos analles
INTRODUÇÃO:
A Escola dos Annales foi um movimento de renovação da historiografia iniciado na França do final da década de 1920, com a fundação, por Marc Bloch e Lucien Febvre, da revista Anais de História Econômica e Social. Como o próprio título denuncia, os dois historiadores, inicialmente periféricos na academia francesa e que reuniram em torno de si pesquisadores de outras áreas das ciências humanas, propunham uma escrita da história que privilegiasse o econômico e o social em detrimento do político.
Se opondo diretamente à produção historiográfica predominante no século XIX, a revista tornou-se um movimento de vanguarda na renovação do método de investigação histórica, divulgando, entre outras coisas, a concepção de uma história total que fosse desenvolvida a partir de uma problemática (história problema) e que utilizasse interdisciplinaridade como estratégia importante para se chegar ao conhecimento histórico.
A reflexão sobre o caráter das fontes históricas também é outra contribuição da escola, a partir dela o conceito de documento histórico será relativizado, no que tange a idéia de verdade e neutralidade, e enriquecido a partir da incorporação de novas formas de fontes históricas, além da escrita.
A ESCOLA DOS ANNALES: HISTÓRIAS E REVOLUÇÕES HISTORIOGRÁFICAS
Desde o encontro entre Marc Bloch e Lucien Febvre a historiografia nunca mais foi a mesma (BURKE, 1997), no entanto, as variações de opinião acerca de como e o que mudou com o advento da Escola dos Annales são muitas. O “montante” de paradigmas, afirmações e direções permearam as três gerações desse movimento. Na verdade a grande contribuição historiográfica dos Annales em sua primeira geração foi a possibilidade de um diálogo entre a história e as ciências sociais, rompendo uma barreira invisível e ao mesmo tempo sólida, legitimada por uma história tradicional, factual, excessivamente preocupada com os acontecimentos advinda do século XIX. (REIS: 2004).
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